SOBRE NÓS

 

AMBULATÓRIO ESPECIAL DE ACOLHIMENTO E TRATAMENTO DE FAMÍLIAS INCESTUOSAS (AMEFI)

O Ambulatório Especial de Acolhimento e Tratamento de Famílias Incestuosas (AMEFI), como o nome diz, é um local de atendimento ultra especializado. Terapeutas de família se dedicam voluntariamente a atender famílias incestuosas. Suas atividades foram iniciadas em maio de 2009. É importante salientar que este projeto visa acompanhar, preferencialmente, as famílias denunciadas e enviadas pela JUSTIÇA. O Ambulatório atenderá, também, qualquer família que espontaneamente nos procurar ou for indicada por outras famílias e / ou instituições.


Quem somos
A equipe terapêutica do AMEFI é composta por Médicos, Psicólogos e Assistentes Sociais.
Coordenador e Supervisor Interno:
Prof. Dr. José Raimundo da S. Lippi (Psiquiatra da Infância, Adolescência e Família)
                                                    (Didata em Terapia de Grupo e Família)
Supervisor Externo:
Prof. Sebastião Abraão Salim (Psiquiatra e Psicanalista Didata)
                                            (Coordenador do Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte)                

O AMEFI segue as diretrizes básicas para seu funcionamento
Todos os atendimentos aos membros da família, realizados no AMEFI, são gratuitos.
A abordagem terapêutica de impacto, para estas famílias, utiliza como um de seus procedimentos a realização de visitas e atendimentos domiciliares.
Os membros da família serão avaliados por profissionais do serviço de psiquiatria, da Faculdade de Medicina - UFMG após triagem, se necessário.
De acordo com a necessidade haverá encaminhamento para outras clínicas;
O período previsto para o tratamento é de aproximadamente um ano e meio;

  

Objetivos Gerais
Disseminação do conhecimento produzido pela assistência, ensino e pesquisa do AMEFI.
Sistematização das experiências do AMEFI de acolhimento e tratamento de famílias incestuosas.
Multiplicação de famílias brasileiras superando o incesto e influenciando outras famílias de suas comunidades, que constituirão fatores multiplicadores para a prevenção do abuso sexual contra as crianças e adolescentes.
Mobilização e preparação de um número considerável de profissionais da rede de atendimento para expandirem essa experiência em seus municípios e outros tantos profissionais que comparecerão aos Simpósios do AMEFI.


 

A psicanálise Vincular - Dialética trabalha incessantemente com a busca da verdade.

Como realizá-la? A Sessão Analítica, nesta busca, deixa de ser a existência de somente falantes e ouvintes, mas o compartilhamento de uma profunda vivência que propiciará o desenvolvimento e a "Expansão do Universo Mental" da "dupla analista e cliente" e do "grupo que se reúne" para elaboração de uma "Experiência Emocional". Antonio Muniz de Rezende, que dará seminários no Curso nos alerta: Verdade | experiência emocional compartilhada “... qualquer que seja a disciplina há uma linha primitiva, fundamental e inalterável - a verdade -  sobre a qual se baseia e que restringe o trabalho do cientista, do religioso ou do artista”.

Na linguagem dos antigos, a verdade é a ratio formalis sub qua; e na de Bion a linha primitiva, fundamental e inalterável, sobre a qual se baseia o trabalho do cientista e que o restringe de maneira inescapável e inevitável.

A este respeito, temos algumas das contribuições mais originais de Bion, sendo a primeira delas  a compreensão da verdade como experiência emocional compartilhada.  Inegavelmente, o paradoxo epistemológico da psicanálise evidencia-se no fato de inaugurar um novo período na história da ciência (que Foucault não hesitou em chamar de era da psicanálise) - pondo fim aos períodos anteriores, especialmente o período racionalista cartesiano -  mas nem por isso identificando-se ao período pós-moderno com suas ambigüidades e ambivalências, a respeito do individual e do coletivo, numa cultura globalizada ainda não integrada.

A psicanálise de Bion não é racionalista, e tampouco anti-racionalista. É antes a entrada num outro universo mental, que é também histórico e cultural,  no qual a experiência da verdade passa a ser de outra natureza, mais propriamente como experiência emocional compartilhada. 

É o que nos permite valorizar ao máximo uma outra genial intuição de Bion quando afirma que assim como existe um aparelho perceptivo sensorial, existe também um aparelho perceptivo emocional, em vários níveis de profundidade, de tal sorte que somente a psicanálise tem condições de acesso a ela, de maneira a permitir que o analisando possa ser mais verdadeiro em sua personalidade profunda (como é dito em Uma teoria do processo de pensar).

Neste sentido, pude falar do paradoxo da psicanálise como ciência pós-paradigmática, exatamente por mostrar como a experiência da verdade nas várias ciências diversifica-se, em significativos cortes epistemológicos, de maneira que, podendo aproveitar a contribuição  das outras ciências, a psicanálise, no entanto, vai além delas e introduz sua originalíssima contribuição em termos de experiência da verdade. 

Nas ciências formais, a verdade é coerência. Nas empírico-formais, é correspondência ao real. Nas humanas, é consenso simbólico. Mas na psicanálise, a experiência da verdade se faz de início como desvelamento (alétheia com o sentido de não-encobrimento), em seguida como recordação(alétheia com o sentido de não-esquecimento), e se perfaz, bionianamente, como concordância, isto é na verdade como experiência emocional compartilhada.

Tudo isso nos permite entender como o analista bioniano, o analista que é, trabalha,  investigando a personalidade do analisando sob o vértice da verdade, a começar pelo exame da maneira como este último se relaciona com aquela. Por isso Bion acrescenta:   

“... é nisso que estamos interessados - inescapável e inevitavelmente - mesmo que não tenhamos idéia do que é verdadeiro ou não é”.